A Hegemonia do “Saber-Fazer” e a Formação de Professores: Contradições Epistemológicas
DOI:
https://doi.org/10.47764/e24052011Palavras-chave:
FORMAÇÃO DE PROFESSORES, FUNDAMENTOS EPISTEMOLÓGICOS, PEDAGOGIA CRÍTICAResumo
Este estudo tem como objetivo identificar os pressupostos epistemológicos predominantes que fundamentam e orientam as atividades de pesquisa nos cursos de Licenciatura em Pedagogia oferecidos por instituições privadas na região da Baixada Santista. Parte-se da seguinte indagação: de que maneira as instituições de ensino superior com fins lucrativos na Baixada Santista abordam a pesquisa como um componente curricular na formação de professores em seus Projetos Pedagógicos de Curso (PPCs)? O estudo se baseia na análise documental com abordagem qualitativa, caracterizando-se como uma pesquisa de natureza básica com objetivos exploratórios. Para a seleção dos documentos analisados, foram estabelecidos critérios que incluíram o local, a data de publicação entre 2015 e 2018 e a modalidade de ensino presencial. A partir desse recorte, foram coletados três PPCs para análise, com foco nas seguintes categorias: (i) concepção de pesquisa; (ii) concepção de pedagogo; e
(iii) prática da pesquisa. Os resultados obtidos indicam que a pesquisa é geralmente concebida como uma dimensão secundária e não essencial das práticas pedagógicas nos cursos de Licenciatura em Pedagogia oferecidos por instituições de ensino privadas na Baixada Santista, sendo diluída ao longo das disciplinas, com a suposição de que está intrinsecamente incorporada ao currículo.
Referências
BELLETATI, V. C. F.; PIMENTA, S. G.; LIMA, V. M. M. (2021). Formar professores intelectuais crítico- reflexivos nos cursos de licenciatura apesar das diretrizes nacionais: transgressões possíveis. Nuances: Estudos sobre Educação, 32(00), e021026.
BRASIL. (2020). Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Seção 1, 87-90.
CARR, W.; KEMMIS, S. (1986). Becoming critical: Education, knowledge and action research. Philadelphia: Falmer Press.
CHARLOT, B. (2020). Educação ou Barbárie? Uma escolha para a sociedade contemporânea. São Paulo: Cortez.
CONTRERAS, J. (2012). A autonomia de professores (2ª ed.). São Paulo: Cortez.
COSTA, E. A. S.; MARTINS, E. S.; LIMA, M. S. L. (2021). A formação do professor pesquisador e o exercício de autoria: a escrita de diários de formação em pauta.
DINIZ-PEREIRA, J. E. (2017). A pesquisa dos educadores como estratégia para construção de modelos críticos de formação docente. In: DINIZ-PEREIRA, J. E.; ZEICHNER, K. M. (Orgs.). A pesquisa na formação e no trabalho docente (2ª ed.). Belo Horizonte: Autêntica.
FRANCO, M. A. R. S. (2020). Pedagogia crítica: transformações nos sentidos e nas práticas emancipatórias. Práxis Educacional, 16(42), 423-439.
FRANCO, M. A. R. S. (2008). Pedagogia como ciência da educação (2ª ed.). São Paulo: Cortez. FRANCO, M. A. R. S. (2005). Pedagogia da Pesquisa-Ação. Educação e Pesquisa, 31(3), 483-502.
FRANCO, M. A. R. S.; SANTOS, R. R. (2023). Tessituras formativas: o estágio como prática pedagógica de formação. Revista Internacional de Pesquisa em Didática das Ciências e Matemática, 1-17.
FREIRE, P. (1987). Pedagogia do oprimido (17ª ed.). Rio de Janeiro: Paz e Terra.
FREIRE, P.; FAUNDEZ, A. (2002). Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa (25ª ed.). São Paulo: Paz e Terra.
GIL, A. C. (2008). Métodos e técnicas de pesquisa social (6ª ed.). São Paulo: Atlas. GIROUX, H. A. (2011). On Critical Pedagogy. New York: Continuum.
LIBÂNEO, J. C. (2018). Políticas Educacionais neoliberais e escola: uma qualidade de educação restrita e restritiva. In: LIBÂNEO, J. C.; FREITAS, R. A. M. M. Políticas educacionais neoliberais e escola pública: uma qualidade restrita de educação escolar. Goiânia: Espaço Acadêmico.
MINAYO, M. C. S. (2012). Análise qualitativa: Teoria, passos e fidedignidade. Ciência e Saúde Coletiva, 17(3), 621-626.
PIMENTA, S. G. (2006). Professor Reflexivo: Construindo uma crítica. In: PIMENTA, S. G.; GHEDIN, E. (Orgs.). Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito (4ª ed.). São Paulo: Cortez.
PIMENTA, S. G.; ANASTASIOU, L. G. C. (2002). O docente no ensino superior. In: Docência no ensino superior. São Paulo: Cortez, 177–200.
SCHÖN, D. (1983). The reflective practitioner. New York: Basic Books.
SHOR, I. (1992). Empowering Education: Critical teaching for social change. Chicago: The University of Chicago Press.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.